Você já parou para pensar como a construção civil na Ásia, principalmente na China e no Japão, é impressionante? Projetos grandiosos, tecnologia de ponta e prazos de entrega incrivelmente curtos são apenas algumas das características que fazem esses países se destacarem nessa área. Mas o que será que eles fazem de diferente para alcançar esses resultados?
A resposta é simples: investimento em tecnologia, inovação e planejamento. Enquanto em outros lugares do mundo a crise na construção civil é vista como motivo para cortar gastos e paralisar investimentos, na China e no Japão a palavra de ordem é investir em tecnologia e inovação. Isso significa que eles estão sempre em busca de materiais e métodos mais eficientes para os canteiros de obras, como a impressão 3D, a automação de tarefas e até mesmo o uso de Inteligência Artificial em equipamentos. Esses investimentos trazem um retorno surpreendente: a produtividade da construção civil chinesa aumenta cerca de 7% ao ano, os projetos são entregues em tempo recorde e os recursos do setor podem ser direcionados a mais melhorias e projetos cada vez mais rentáveis.
Outra lição que podemos aprender com a construção civil da Ásia é a construção modular. Enquanto aqui no Brasil essa técnica está apenas começando a ganhar espaço, lá fora ela já é a alternativa mais requisitada há tempos. Com a construção modular, é possível construir edifícios personalizáveis e econômicos que podem ganhar ou perder andares de acordo com a demanda, sem a necessidade de buscar novos terrenos para construir novas moradias. Isso é especialmente importante na China, onde a população é de quase 1,4 bilhões de pessoas. Por isso, a construção modular tem sido usada como uma solução prática e com custos reduzidos para combater o déficit habitacional do país. Como prova de que isso dá certo, a maioria das construções mais rápidas do mundo estão localizadas na China.

Um exemplo de sucesso dessa técnica é a construção do hotel T30, em Changsha, que foi concluído em apenas 15 dias. O hotel, que possui 17 andares e 2.000 metros quadrados de área construída, foi erguido utilizando 93 módulos pré-fabricados. Outro exemplo é o projeto Mini Sky City, um arranha-céu de 57 andares construído em apenas 19 dias. O edifício foi erguido utilizando 2.736 módulos pré-fabricados, que foram montados a uma velocidade impressionante de três andares por dia.

Por último, mas não menos importante, o segredo para o sucesso da construção civil na Ásia está no planejamento. No Japão, por exemplo, as Olimpíadas de Tóquio só aconteceram em 2020, mas o país já havia dado início às obras necessárias para o evento logo após o término das Olimpíadas do Rio, em 2016. Isso mostra o comprometimento com o planejamento e a importância de se investir tempo nessa etapa dos projetos. Enquanto aqui no Brasil, muitas vezes as empresas do setor investem menos tempo do que deveriam nessa etapa, o que acaba gerando obras que duram muito mais tempo do que o previsto, estouros no orçamento e constantes imprevistos e erros.
De fato, o planejamento é um fator crucial para o sucesso de qualquer empreendimento na construção civil. Além de garantir o cumprimento dos prazos e a qualidade das obras, um planejamento bem estruturado permite a identificação e resolução antecipada de possíveis problemas e desafios, evitando atrasos e custos adicionais.
Ao adotar essas três lições fundamentais da construção civil da Ásia – investimento em tecnologia, construção modular e planejamento – o Brasil e outros países podem melhorar significativamente a produtividade e eficiência do setor, proporcionando benefícios econômicos e sociais para toda a sociedade.
É hora de começar a pensar fora da caixa e buscar soluções inovadoras para os desafios enfrentados pela construção civil, inspirados pelo exemplo de sucesso de países como a China e o Japão. Com investimento em tecnologia, adoção de novas técnicas construtivas e um planejamento cuidadoso e eficiente, podemos alcançar resultados incríveis e transformar o setor da construção civil em todo o mundo.